Evento reuniu autoridades do Brasil, Paraguai e Argentina. Iniciativa tem o objetivo de articular e fortalecer políticas públicas de saúde em municípios da região da Tríplice Fronteira.
O Grupo de Trabalho Itaipu Saúde (GT Itaipu Saúde), coordenado pela Itaipu Binacional e operacionalizado pelo Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), celebrou 20 anos de atuação nesta quarta-feira (9), em Foz do Iguaçu (PR). A iniciativa tem o objetivo de articular e fortalecer políticas públicas de saúde em municípios da região da Tríplice Fronteira entre o Brasil, Paraguai e Argentina.
O evento reuniu autoridades dos três países no Cineteatro dos Barrageiros, nas dependências da Binacional. Houve homenagens às entidades que colaboram com o trabalho, onde a Fundação de Saúde Itaiguapy, administradora do HMCC, foi uma das homenageadas, no ato representada pelo diretor administrativo-financeiro, Sidney dos Santos Franco, além de um debate sobre as perspectivas na área da saúde na região e o lançamento do site institucional do grupo.
No site é possível encontrar mais informações sobre o GT, as comissões técnicas de trabalho, as notícias da área e documentos.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, que também é o coordenador titular do GT, destacou papel inovador e os resultados positivos alcançados pelo grupo nas duas décadas. Durante o evento, ele revelou a intenção de propor a ampliação da área de atuação do grupo para o Uruguai, atingindo todos os países do Mercosul.
Verri lembrou que o Brasil assumiu a presidência temporária do Mercosul, neste segundo semestre de 2023, e que a integração regional é uma das prioridades do Governo Federal. “Os desafios da saúde não têm fronteiras. Ao trabalhar com lógicas integradas, seremos mais fortes”, disse, citando como exemplo a epidemia de dengue e a pandemia de covid-19.
Ex-diretora financeira de Itaipu e uma das idealizadoras do GT Itaipu Saúde, a deputada federal Gleisi Hoffmann participou por videoconferência do evento e fez um histórico da criação do grupo, em 2003, e das principais ações no início dos trabalhos. A primeira iniciativa foi uma campanha de vacinação antirrábica envolvendo Brasil e Paraguai.
Ela também citou, entre outras ações com repercussão nos três países, parcerias envolvendo a Vigilância Sanitária, a criação da UTI neonatal do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) e da Casa de Apoio aos familiares de pacientes de oncologia, políticas públicas de enfrentamento da violência contra mulheres e a instalação do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria).
“Nós precisamos pensar em políticas públicas integradas. Não adianta cada um cuidar do seu pedaço. O GT Itaipu Saúde foi uma das melhores experiências que nós tivemos nessa integração, e ajudou muito a melhorar as ações de saúde na fronteira. Isso foi benéfico para o Brasil porque, a partir do momento que você cuida do seu vizinho, acaba cuidando de você também”, declarou.
Atualmente, o GT Itaipu Saúde conta com sete comissões técnicas: Vigilância em Saúde e Rede de Informações Estratégicas; Endemias e Epidemias; Saúde Materno-Infantil; Saúde Mental; Doenças Crônicas; Promoção, Educação e Comunicação em Saúde; e a recém-criada Saúde Indígena.
Coordenador suplente do GT Saúde e gerente da Divisão de Iniciativas de Responsabilidade Social da Itaipu, Kleber Vanolli apresentou os principais números referentes ao trabalho realizado em duas décadas de atuação. No período, 115 projetos e ações, somando mais de 18 mil pessoas, foram concretizados. “Eu digo que o GT Itaipu Saúde tem como grande resultado criar um canal de comunicação entre os três países, que gera integração, diálogo e que diminui diferenças dentro dos padrões e dos níveis de saúde de Brasil, Paraguai e Argentina. Esse é o grande resultado que temos nesses 20 anos de atuação”, avaliou Vanolli.
Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde do Brasil, Ethel Leonor Nóia Maciel, “o GT Itaipu Saúde representa um marco bastante importante para a integração [dos países da Tríplice Fronteira]. Podemos pensar em estratégias conjuntas, principalmente quando estamos falando em doenças transmissíveis. Esses agentes: vírus e bactérias não têm fronteiras e precisamos estabelecer estratégias de vigilância em conjunto”.
“A experiência do GT Itaipu Saúde pode inspirar, em termos regionais, para que a saúde seja prioridade em outros países também. E, através do Brasil, avançar pautas que são importantes, como por exemplo a saúde das mulheres”, complementou a representante do Brasil no Fundo de População das Nações Unidas, Florbela Fernandes.
Outras autoridades – Também participaram da cerimônia a conselheira da Itaipu na margem paraguaia, María Antonia Gwynn Ramírez, representando o diretor-geral paraguaio, Manuel María Cáceres; o conselheiro da margem brasileira Michele Caputo Neto; a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde do Brasil, Ethel Leonor Nóia Maciel; a vice-ministra de Saúde da Argentina, Sandra Marcela Tirado; o representante do Ministério de Saúde do Paraguai, Gabriel Teixeira; a superintendente de Responsabilidade Social de Itapu, Fiorinda Pezzato – entre outras autoridades.