O Grupo de Trabalho Itaipu Saúde (GT Saúde) deu início às atividades do ano de 2023 com a primeira reunião de colegiado e das comissões técnicas. O encontro, que aconteceu no dia 31 de janeiro, na Itaipu Binacional, reuniu representantes do Brasil, Paraguai e Argentina. O GT é mantido pela Itaipu e tem a operacionalização inserida no Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC).
Durante a primeira reunião, o colegiado aprovou o projeto da Comissão Técnica de Saúde Mental para realização de um Fórum de Promoção à Saúde Mental na Atenção Primária em Rede, que tem o objetivo de debater sobre os problemas enfrentados na assistência e cuidado a saúde mental na Atenção Primária na região da tríplice fronteira, em especial no cuidado com os usuários migrantes. O evento está previsto para acontecer em junho de 2023.
Já nas reuniões das seis comissões técnicas, avançaram-se os trabalhos de organização de projetos em execução, além da discussão de novas ideias. “É muito bom ver o quanto o GT Itaipu Saúde tem crescido e desenvolvido projetos importantes para a sociedade. A característica única que esta região reúne, de ter três países e inúmeras etnias, mostram a importância de termos um grupo focado na realização de ações e políticas públicas para a melhora na qualidade de vida e saúde da população”, destacou o coordenador suplente do GT, Márcio Bortolini.
Cuidados paliativos
Dentro da Comissão Técnica de Doenças Crônicas, profissionais do Brasil, Paraguai e Argentina iniciaram a construção de um congresso das três fronteiras sobre cuidados paliativos. A ideia, apresentada por representantes do Hospital Ministro Costa Cavalcanti foi bem aceita pelo grupo, que destacou a falta de políticas nacionais nos três países para este tipo de atendimento.
O evento deve reunir profissionais experts no assunto para desmistificarem o tema e desfazerem os muros no processo da morte.
O próximo encontro do colegiado e comissões técnicas está previsto para março.
Vigilância Ativa de Precisão
Desde maio de 2022, o GT executa o projeto Vigilância Ativa de Precisão (VAP), com objetivo de contribuir com a prevenção de epidemias de arboviroses Dengue, Zika e Chikungunya) transmitidas por Aedes Aegypti na região. O programa, de três etapas, teve a primeira realizada em agosto do mesmo ano, com um treinamento de equipes, aquisição e implantação de armadilhas para identificar os locais mais infestados pelo mosquito e do software “As A Service”, para coleta de dados georreferenciadas em campo.
As armadilhas foram instaladas em 12 unidades geográficas de Foz do Iguaçu e estão servindo para identificar os locais mais infestados pelo Aedes. A monitorização é feita pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Nos próximos dias serão repassados equipamentos para o Paraguai e Argentina, com o mesmo objetivo, e assim auxiliar na tomada de decisão relacionada a Dengue, Zika e Chikungunya na tríplice fronteira.
Painel na ONU
A experiência exitosa com o projeto também foi tema de apresentação na Assembleia Geral da ONU. O biólogo pesquisador parceiro do GT e CCZ, Rafael Maciel de Freitas, participou do Painel “Early Warning for Pandemic Preparedness” e teve a oportunidade de compartilhar sobre o programa.