A Itaipu Binacional vai custear a construção do Jardim de Cura (Healing Garden, em inglês) no Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), em Foz do Iguaçu (PR). O investimento previsto é de R$ 291 mil.
O jardim de 146,88 m², ficará em frente à capela do hospital e contará com ampla iluminação solar, flores e plantas naturais hipoalergênicas, com cores, aromas e texturas que estimulam os sentidos. Haverá bancos para descanso e uma área para cultos ecumênicos, além de uma comunicação visual em três línguas (português, espanhol e inglês).
O projeto foi doado ao hospital pela arquiteta Elisa Porto. “Eu me senti muito prestigiada pelo convite para conceber este projeto que é único. Foi muito gratificante trabalhar nisso”, falou a arquiteta.
A construção foi aprovada durante a 188ª reunião ordinária do GT, realizada no Auditório Integração, na Itaipu Binacional, no dia 27 de setembro. Além do Healing Garden foram aprovados mais dois projetos: um sobre fluxos fronteiriços no atendimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco e outro para conhecimento das práticas e intercâmbio de experiências das equipes da atenção primária à saúde.
“Estamos felizes com todo o trabalho desenvolvido pelo GT Itaipu neste ano. Estamos trabalhando para favorecer a saúde da população brasileira, com projetos que beneficiam também o Paraguai e Argentina”, destacou o coordenador-suplente GT, Márcio Bortolini, da Diretoria de Coordenação da Itaipu Binacional.
Mais bem-estar – Healing Gardens são espaços reservados dentro de hospitais para atender às necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais das pessoas que o utilizam e, sobretudo, de pacientes internados nas alas de cuidados paliativos das instituições.
No Hospital Costa Cavalcanti, espera-se que o ambiente aprimore as ações de atendimento humanizado aos pacientes mais debilitados, acometidos por doenças graves e muitas vezes sem proposta curativa. Pessoas nestas condições são acompanhadas, dentro da instituição, pela equipe de Cuidados Paliativos Hope, que propõe um cuidado individualizado, com foco no conforto e dignidade humana, respeitando suas preferências e espiritualidade, entendendo a fase em que se encontra a doença com a possibilidade de realizar desejos de seus pacientes até sua finitude.
Segundo a coordenadora-médica do serviço de cuidados paliativos do HMCC, a médica Ana Paula Romanini, estruturar um Jardim de Cura dentro do hospital permite alcançar melhores resultados terapêuticos e humanizados dentro de uma unidade de alta complexidade e que é referência para a região dos três países. “Recebemos aqui pacientes não só do Brasil, mas também do Paraguai e da Argentina. E ter um espaço como esse vai permitir um cuidado a mais na internação dessas pessoas, que, em sua maioria, são pacientes oncológicos e em fase final de vida”, explicou.
“Para nós é uma honra sermos escolhidos pelo GT Itaipu Saúde para desenvolver um projeto tão importante como esse. Temos a certeza de que nossos pacientes vão adorar, e os resultados serão percebidos tão logo o projeto esteja pronto. Todos ganham com um espaço como esse”, pontuou o diretor-superintendente do HMCC, Fernando Cossa.
Outros projetos – O projeto de “Construção de fluxos fronteiriços no atendimento a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco na Tríplice Fronteira” prevê a unificação de critérios de abordagem de crianças e adolescentes que circulam livremente pela região, muitas vezes, desacompanhados e sem um trabalho de proteção social. A proposta é que seja feita a identificação, acolhimento, atendimento, registro e seguimento na rede intersetorial dos países.
Já o projeto de “Conhecimento das práticas e intercâmbio de experiências das equipes da atenção primária à saúde” vai proporcionar uma conversa entre profissionais dos três países sobre promoção da saúde e prevenção de fatores de risco para condições crônicas, como obesidade, sedentarismo, tabagismo e inatividade física.
Em 2020, a prevalência destas doenças na população de Foz do Iguaçu, era de 313,33 para cada 100 mil habitantes. No estado de Misiones, na Argentina, este número se equipara à tendência mundial, que supera a marca dos 60% da população. No Paraguai, doenças como essas figuram entre as cinco maiores causas de morte no país.