O encontro, organizado pelo Grupo de Trabalho ITAIPU Saúde (GT Saúde) com apoio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Foz do Iguaçu, reuniu cerca de 45 participantes do Brasil, Paraguai e Argentina, de 22 a 26 de agosto.
Ao longo de cinco dias, técnicos que atuam na área de controle de vetores e arboviroses se reuniram no Parque Tecnológico Itaipu (PTI) para o treinamento de “Vigilância Ativa de Precisão para a Região da Tríplice Fronteira”.
“O Grupo de Trabalho Itaipu Saúde cumpre um papel importante, o de reunir as lideranças para discutir a saúde na fronteira. Somos, sim, três países, mas nossos povos estão integrados, convivem diariamente, e precisamos tratar de soluções e cuidados para todos”, destacou Marcio Bortolini, da Itaipu Binacional, coordenador suplente do GT. O grupo é mantido pela empresa e, hoje, tem sua operacionalização inserida no Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC).
O treinamento teve como objetivo contribuir para a prevenção de epidemias de arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, e aperfeiçoar as práticas de fiscalização no uso da tecnologia fundamentada nos princípios de Saúde Única (One Health) e vigilância integrada para conter a transmissão da dengue, Zika e chikungunya.
Segundo André de Souza Leandro, médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses e doutorando da Fiocruz/RJ, a proposta é melhorar a vigilância e controle do Aedes e das doenças transmitidas pelo mosquito na região trinacional. “Reunimos tecnologias e metodologias modernas que vamos aplicar, de forma piloto, em Foz, e que permitirão entender como está a situação das arboviroses na cidade”, explicou.
De acordo com André, serão utilizadas armadilhas de captura de mosquitos, softwares, drones, entre outros materiais. “Queremos saber locais de maior prevalência do mosquito, daquele Aedes com vírus ativo, entre outras possibilidades”, completou.
Esta é a segunda de três etapas do projeto – a primeira foi a definição e a contratação do software que será utilizado para integrar tecnologias. Ao final, serão adquiridas as armadilhas que servirão para identificar os locais mais infestados pelo Aedes nos três países.
Segundo Ana Laura Nuñez, da Direção de Vigilância de Doenças Transmissíveis da Diretoria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde Pública e Previdência Social do Paraguai, o país vizinho tem dado respostas no controle da dengue. “Temos épocas com o índice elevado, mas temos ido atrás de soluções, como por exemplo, a participação agora neste encontro trinacional, ouvindo e absorvendo conhecimento e experiência do Brasil e da Argentina na vigilância epidemiológica”, pontuou.
O treinamento contou com palestras, debates, rodas de conversa e atividades práticas. Foi o primeiro encontro presencial pós-pandemia e pós-reformulação do GT.